quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A gênese da criação, segundo os capitalistas

                No primeiro dia, Deus dividiu o mundo entre possuidores e despossuídos dos bens de produção. A Terra foi dividida em diversos pedaços e Deus entregou estes pedaços a seus escolhidos, os capitalistas, e deu a eles um pedaço de papel para comprovar a posse da terra. E chamou isso de direito de propriedade.

                No segundo dia, Deus reuniu os capitalistas e deu a eles um instrumento para manter a sua propriedade, evitando que os despossuídos, os trabalhadores, pudessem usufrui-las. Ele tem a missão de recrutar pessoas para as forças policias, com o objetivo de defender os proprietários. Chamou isso de Estado capitalista.

                No terceiro dia, Deus pintou uns pedaços de papel e distribuiu somente aos escolhidos, e disse que isso seria usado para eles trocarem suas propriedades e seus produtos. E deu a isso o nome de dinheiro.

   No quarto dia, Deus criou o direito de as pessoas escolherem entre Pepsi e coca cola, mc donalds ou bobs, visa ou máster card. E chamou isso de liberdade individual.

   No quinto dia, Deus criou um processo burocrático para as pessoas escolherem os amos a que eles deveriam servir. Disse aos capitalistas que financiassem os candidatos de sua predileção, para que eles sempre vencessem. E chamou isso de democracia burguesa.

  No sexto dia, Deus criou agências de notícias, com televisão, rádio, portais na internet, jornais, etc. Deus ordenou que essas agências zelassem pela manutenção da desigualdade e dos seus instrumentos de dominação e exploração das pessoas. Ordenou ainda que as notícias deveriam ser feitas de uma forma que convencesse os trabalhadores de que tudo isso é impossível de mudar. E deu a isso o nome de mídia burguesa.

 Viu que tudo isso era bom para os possuidores, apesar de massacrar e explorar os despossuídos.

 No sétimo dia, Deus foi ao shopping.

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